quinta-feira, 22 de março de 2018

Sumô

E perguntaram sobre Sumô pra mim. Respondi o que sabia porém parei e pensei. Vou pesquisar.
E voa lá vamos conferir.
Primeiro o que é? 
Sumô é um desporto de luta competitiva de contato no qual um rikishi(lutador) tenta forçar outro lutador para fora de um ringue circular (dohio) ou tocar o solo com qualquer parte do corpo que não os solos dos pés. O esporte originou-se no Japão, o único país no qual ele é praticado profissionalmente. 
Ele é geralmente considerado um gendai budō(uma arte marcial japonesa moderna), embora sua definição seja imprecisa, visto que o esporte possui uma história que data de séculos.
Muitas tradições antigas foram preservadas no sumô e mesmo hoje o esporte inclui muitos rituais, como o uso da purificação pelo sal, da época quando o sumô era usado na religião xintoísta. 
A vida de um lutador é altamente rígida, com regras definidas pela Associação do Sumô. A maioria dos lutadores de sumô deve viver em "campos de treinamento de sumô" comunais, conhecidos em japonês como heya, onde todos os aspectos de suas vidas diárias – de refeições à maneira de se vestir – são ditados pela tradição.
Em anos recentes, várias controvérsias e escândalos no nível profissional apareceram no mundo do sumô, com um efeito concomitante em sua reputação e nas vendas de ingressos. Isto também afetou muito a capacidade do esporte de atrair novos praticantes.
Com esta análise é possível entender do porque os lutadores serem gordos, já que vivem para isso. Acho estranho pois parece até como se fossem escravos condenados pela má fama.

Além de seu uso como um duelo de força em combate, o sumô também foi associado a rituais xintoístas, e mesmo certos templos xintoístas organizavam formas de danças rituais nas quais um humano lutaria com um "Komeku" (um espírito divino xintoísta. Ele era um ritual importante na corte imperial. 
Os representantes de cada província eram chamados para participar do torneio na corte e lutar. Era exigido que eles pagassem suas próprias viagens. O torneio era conhecido como sumai no sechie, ou "festa sumai".
Influências de outros países vizinhos do Japão, que compartilham muitas tradições culturais, não podem ser descartadas, visto que eles apresentam estilo de luta tradicional que têm semelhança com o sumô. Exemplos famosos incluem a luta mongol, o Shuai jiao chinês e o Ssireum coreano. O lutador de sumô Somagahana Fuchiemon, c. 1850
No resto da história registrada japonesa, a popularidade do sumô mudou de acordo com os caprichos de seus governantes e a necessidade de seu uso como uma ferramenta de treinamento em períodos de guerra civil. A forma de luta provavelmente mudou gradativamente para uma forma na qual o objetivo principal na vitória era jogar o adversário para fora. O conceito de puxar um oponente para fora de uma área definida surgiu algum tempo depois.
Além disso, acredita-se que um ringue, definido como algo que não é simplesmente a área data para os lutadores, surgiu no século XVI como um resultado de um torneio organizado pelo principal senhor feudal da época no Japão, Oda Nobunaga. Neste momento, os lutadores vestiam tangas frouxas, ao invés dos cintos de luta mawashimais duros de hoje. Durante o período Edo, os lutadores vestiam um avental decorativo com franjas chamado kesho-mawashi durante a luta, enquanto atualmente eles são vestidos apenas durante os rituais antes do torneio. A maior parte do resto das formas atuais do esporte foi desenvolvida no início do período Edo.
Cena de luta de sumô, por volta de 1851
O sumô profissional tem suas raízes no período Edo no Japão como uma forma de entretenimento esportivo. Os lutadores originais eram provavelmente samurais, às vezes ronins, que precisavam encontrar uma forma de renda. 
Os torneios profissionais de sumô atuais começaram no Santuário Tomioka Hachiman em 1684, e depois passaram a acontecer no Ekō-in, no período Edo. O Oeste do Japão também possuía seus próprios torneios neste período, tendo como centro mais proeminente Osaka. O sumô de Osaka continuou até o fim do período Taisho em 1926, quando ele fundiu-se com o sumô de Tóquio para formar uma única organização. Por um curto período após este momento, quatro torneios eram organizados por ano, dois torneios em locais no oeste do Japão, como Nagoia, Osaka e Fukuoka, e dois no Ryōgoku Kokugikan em Tóquio. De 1933 em diante, os torneios foram organizados quase exclusivamente no Ryōgoku Kokugikan até as forças da ocupação americana se apropriarem dele e os torneios serem transferidos para o Santuário Meiji até a década de 1950. Então, um local alternativo, o Kuramae Kokugikanque era próximo do Ryōgoku, foi construído para o sumô. Também neste período, a Associação de Sumô começou a expandir para locais no oeste do Japão novamente, chegando a um total de seis torneios por ano em 1958, com metade deles em Kuramae.
 Em 1984, o Ryōgoku Kokugikan foi reconstruído e os torneios de sumo em Tóquio foram orgnaizados lá desde então.

O vencedor de uma luta de sumô é aquele que:
1. For o primeiro lutador a forçar seu oponente para fora do ringue; ou
2. For o primeiro lutador a forçar seu oponente a tocar o solo com qualquer parte do seu corpo que não a sola de seus pés.

Há também algumas outras regras menos comuns que podem ser usadas para determinar o vencedor. Por exemplo, um lutador usando uma técnica ilegal automaticamente é derrotado, como faz aquele cujo mawashi (ou cinto) se desamarra. Um lutador que falha em participar de sua luta (incluindo devido a uma contusão anterior) também automaticamente é derrotado (fusenpai).
As lutas consistem de um único round e frequentemente dura somente alguns segundos, visto que geralmente um lutador é rapidamente jogado para fora do círculo ou empurrado para o solo. No entanto, em alguns casos elas podem durar por alguns minutos. Cada partida é precedida por um elaborado ritual cerimonial. Tradicionalmente, os lutadores de sumô são reconhecidos por seu grande peso e sua grande massa corporal geralmente é um fator para a vitória no sumô. Não há divisões por peso no sumô profissional e, considerando a variedade de pesos corporais no sumo, um lutador pode às vezes encarar um oponente com o dobro de seu peso. No entanto, com uma técnica superior, lutadores menores podem controlar e derrotar lutadores muito maiores..
Após o vencedor ser declarado, um gyōji (ou juiz) fora da arena determina o kimarite (ou técnica vencedora) usado na luta, que é então anunciado ao público.
Em ocasiões raras, o juiz podem conceder a vitória ao lutador que tocou o chão primeiro. Isto acontece se ambos os lutadores tocarem o chão praticamente ao mesmo tempo e for decidido que o lutador que tocou o chão depois não tinha nenhuma chance de vencer, visto que devido à superioridade do seu oponente ele já estava em uma posição irrecuperável. O lutador perdedor é chamado de shini-tai (“corpo morto”) neste caso.



As lutas de sumô ocorrem em um  dohyō : um ringue com 4,55 metros de diâmetro e 16,26 m² de área de fardos de palha de arroz em cima de uma plataforma feita de barro misturado com areia. Um novo dohyō é construído para cada torneio pelos interlocutores da luta (ou yobidashi). No centro há duas linhas brancas, as shikiri-sen, atrás das quais os lutadores se posicionam no início da luta. Um telhado que lembra o de um  templo xintoísta pode ser suspenso sobre o dohyō.

O sumô profissional é organizado pela Associação de a do Japão. Os membros da associação, chamados de oyakata, são todos ex-lutadores e são as únicas pessoas com permissão para treinar novos lutadores. Todos os lutadores praticantes são membros de um centro de treinamento (heya) organizado pelo oyakata, que é o mestre dos lutadores abaixo dele. Atualmente há 46 centros de treinamento para cerca de 660 lutadores.

Todos os lutadores de sumo levam seus nomes de luta, chamados de shikona, que podem ou não ser relacionados aos seus nomes reais. Muitas vezes os lutadores têm pouca escolha sobre seus nomes, que lhes são dados pelo treinador (ou mestre) ou por um apoiador ou membro da família que encorajou-os no esporte. Isto é particularmente verdadeiro para lutadores estrangeiros. Um lutador pode trocar seu nome de luta algumas vezes durante sua carreira no sumô. Em casos raros, alguns lutadores de sumo mantiveram seus sobrenomes reais como seus shikona, sendo os exemplos mais famosos os de Wajima, Hasegawa e Shimotori.

O sumo possui uma hierarquia rígida baseada no mérito. Os lutadores são ranqueados de acordo com um sistema de que data do período Edo. Eles são promovidos ou despromovidos de acordo com sua performance em seis torneios oficiais que acontecem durante o ano. Uma lista banzuke cuidadosamente preparada que lista a hierarquia completa é publicada duas semanas antes de cada torneio de sumô.

Além dos torneios profissionais, competições de exibição são organizadas em intervalos regulares todos os anos no Japão, sendo que aproximadamente uma vez a cada dois anos os melhores lutadores visitam um país estrangeiro para tais exibições. Nenhuma dessas apresentações é levada em conta para determinar o nível do lutador. O nível é determinado apenas pela performance nos Grandes Torneios de Sumô (ou honbasho), que são descritos em mais detalhes abaixo.

Divisões de sumô

Estrangeiro e lutador de sumo, 1861


Divisões profissionais de sumô


Há seis divisões no sumô: makuuchi (no máximo 42 lutadores),  jūryō (28 lutadores), makushita (120 lutadores), sandanme (200 lutadores), jonidan (aproximadamente 185 lutadores) e jonokuchi (aproximadamente 40 lutadores). Os lutadores entram no sumô na divisão mais baixa, a jonokuchi, e de acordo com sua habilidade esforçam-se para subir para a primeira divisão. Uma ampla demarcação no mundo do sumô pode ser vista entre os lutadores nas duas primeiras divisões conhecidas como sekitori e aqueles na quatro divisões mais baixas, normalmente conhecidos pelo termo mais genérico rikishi. Essas diferenças em compensações, privilégios e status são enumeradas em sekitori.

A divisão máxima makuuchi recebe a maior parte da atenção dos fãs e possui a hierarquia mais complexa. A maioria dos lutadores são maegashira e são numerados de um (no topo) até o dezesseis ou dezessete. Em cada nível há dois lutadores, o de nível mais alto sendo designado como "leste" e o mais baixo como "oeste", portanto a lista é seguida por #1 leste, #1 oeste, #2 leste, #2 oeste etc.Acima do maegashiraestão os três campeões ou detentores de título, chamados de san'yaku, que não são numerados. Esses são, em ordem crescente, komusubi, sekiwake, e ōzeki. No topo do sistema de ranking está o nível de yokozuna.

Yokozuna, ou grande campeões, geralmente competem e espera-se que vençam o título da primeira divisão com alguma regularidade. Assim, o critério de promoção para ser um yokozuna é muito rígido. Em geral, um ōzekideve vencer o campeonato por dois torneios consecutivos ou uma "performance equivalente" para ser considerado para promoção a yokozuna.Mais de um lutador pode deter o título de yokozuna ao mesmo tempo.

Na antiguidade, o sumo era somente um esporte japonês praticados pelos japoneses. Desde o início do século XX, no entanto, o número de lutadores de sumô estrangeiros gradativamente aumentou. No começo deste período, esses poucos lutadores estrangeiros eram listados como japoneses, mas particularmente desde a década de 1960, um grande número de lutadores estrangeiros de alto nível tornou-se conhecido e em anos mais recentes passaram até mesmo a dominar as posições mais altas. Metade dos últimos seis lutadores promovidos a ōzekiforam estrangeiros, sendo que não há um yokozuna japonês desde 2003. Isto e outras questões posteriormente levaram a Associação de Sumô a limitar o número de estrangeiros permitidos em cada centro de treinamento para somente um em cada. Em Janeiro de 2017, Kisenosato Yutaka torna-se o primeiro Yokozuna japonês desde então, sendo este o 72º Yokozuna.

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