quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Falta de amor

Um bebê nasce e com ela a felicidade estampada no rosto de pai e mãe. Parentes próximos e todos os vizinhos se contentam com a figura da linda e pequena nenê. Pais mostram grande orgulho e contentamento frente a todos e por dias reina esse espírito de alegria. Só não se sabe o que se passa nos bastidores. A pobre menina ao se esconder do holofote de pessoas é jugada e menosprezada por quem tanto parecia entre aspas demonstrar afeição. Ela nem sabe o que é isso, enquanto mãe e pai debatem questões como: _Por que tinha que ter nascido menina? Há! Vai dar trabalho! Não queria nem ter engravidado você! Se eu soubesse disso teria abortado.
Sentimentos ruins e de rejeição tomava conta na casa sempre que ela ficava a sós com eles. E assim cresce  e vive uma vida se sentindo a pior coisa do mundo. Enquanto gente de fora a via como a menina sortuda e feliz. Enquanto ela sorria frente as câmeras, os bastidores sempre estavam carregados com ódio e discórdia. Tudo que fazia era forçado, obrigada a limpar, organizar, lavar, enceirar e tudo mais quanto é faxina na casa. Mamãe chegava em casa e só sabia esnobar a menina dizendo o quanto ela é feia e que nem chegava aos pés da beleza da mãe que na verdade a filha era mais bela. Ainda por cima a limpeza nunca era boa ou suficiente para tal, que fazia questão de castigá-la por não ter feito direito.
Por outro lado tinha seu pai tinha uma obsessão pelos pertences que não gostava que a filha nem os tocasse. Tocava e apanhava. Munia-se de doces e guloseimas comprados no mercado e ou que ganhava da mãe enquanto a pobre menina nunca tinha o privilégio do pai. Tal qual que comia os doces frente a filha que só podia ficar olhando e sentindo desejo por aquilo. Ignorada e mal cuidada, ela nunca recebeu um amor verdadeiro. Na frente dos outros ela é abraçada e querida; em casa apenas o peso de um tapa ou o estalar de uma chinelada. Mãe diz bata nela mais não deixe marcas! Pai diz essa menina não serve pra nada, nem cuidar do moleque não consegue. Esse moleque era o Nenê; o seu irmão. Mas ele chorava e ela com seus 12 anos apenas apanhava quando isso acontecia. Ela cresce confusa e revoltada, mal sabe o que é o amor e por isso também não sabe que é receber ou dar afeição. Diz ela sou muito feliz. Está estampado no seu rosto muita alegria. Mas, anda curva para baixo, introspectiva, com um ar misterioso de não saber se expressar de maneira correta. Devo chorar ou devo sorrir? Ela apenas sorri e por dentro chora...

Continua...

Atualizado17/08/2017

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